Você é do grupinho que adora rever uma série pela milésima vez? Pois saiba que não está sozinho! Não é de hoje que a nostalgia tem norteado o universo das marcas e do consumo, mas durante e após o período da pandemia, esse movimento se intensificou. Enquanto durou o lockdown e o isolamento mais restrito, o setor cultural ficou impedido de realizar novos lançamentos, com isso, o público passou a ignorar as novidades e voltou-se para livros, discos, filmes e séries que lhe traziam alguma familiaridade e sensação de acolhimento.
A cultura do conforto não é um fenômeno pandêmico, mas como muitos outros que também não eram, foi agravada por este período. Marketing de Nostalgia – esse é o tema da nossa CamiNews de dezembro!
De acordo com o artigo publicado pelo WePresent sobre o tema, a cultura do conforto é o ato de perseguir memórias que despertam um senso familiar de alívio. Livros, filmes, seriados, músicas que você adora e que trazem um sentimento leve e agradável quando você os consome.
Dentro da palavra “conforto” nos deparamos com três aspectos sobre a tendência, sobre o que consumimos e até sobre nós mesmos:
- O conforto de saber o final: aqui é aquela escolha que todo mundo tem. Não importa quantas vezes já assistimos, sabemos tudo de cor, mas mesmo assim, voltamos nela.
- O conforto de voltar a tempos mais simples: provavelmente você tem algo que te marcou em algum momento da vida, um perfume, um filme, um livro. E essas coisas têm o poder de te teletransportar para esse passado, para um alguém que você já foi.
- O conforto de não precisar pensar: é consumir o que já está acostumado, o que já é conhecido ao invés de se adaptar a tantas novidades.
Com isso, eu trouxe alguns exemplos de nostalgia que estão rolando recentemente para você perceber que a tendência está mais presente do que você talvez tenha notado.
01.Todos ficaram simplesmente pantanalizados com o remake de Pantanal
A releitura da atração homônima de 1990 ficou sete meses no ar. Pantanal somou recordes de audiência e obteve mais de 11 anunciantes presentes na trama. Mais do que a nostalgia trazida, a novela se tornou um sucesso também nas redes sociais.
Para a fundadora da Formata Produções, Daniela Busoli, Pantanal veio de encontro aos anseios do público. “O bucolismo do campo, as paisagens deslumbrantes, a harmonia e atuação do grande elenco, a direção, etc. Todos esses fatores arrebataram um público castigado por uma pandemia, carente de algo leve e bonito”.
Isso somado ao fato de que a emissora realizou sua maior campanha de novela das 21h já feita na história do canal e os grandes valores investidos em estratégias de marketing trouxeram o sucesso que foi o remake.
02. O Boticário: Bubbaloo e Ma Chérie
O Boticário começou a trabalhar na nostalgia dos consumidores no ano passado, com a linha limitada criada em parceria com nada mais nada menos que Bubbaloo. Foram 7 produtos com fragrância inspirada no cheiro do chiclete.
Muito além do cheiro inconfundível, a marca aplicou em toda a linha aquela textura em calda, também muito conhecida do Bubbaloo. O sucesso foi tanto que o estoque dos produtos se esgotou em uma semana!
E para esse ano, atendendo a pedidos dos consumidores, O Boticário decidiu relançar uma edição limitada do perfume lançado em 1997, o Ma Chérie. E para trazer aquela nostalgia para a campanha, a marca apostou na Fernanda Rodrigues, que fez muito sucesso em novelas na década de 1990, fazendo um discurso sobre saudade, dizendo que aquilo que é bom precisa voltar.
Além disso, a marca trabalhou em sua estratégia de comunicação com campanhas nas redes sociais, utilizando as hashtags #ChegadeSdds e #MaChérieVoltou.
03. Castelo Rá-Tim-Bum está vivíssimo
A Oreo realizou uma ação com o intuito de mexer com a nostalgia de geral e resgatar a criança interior dos adultos ao criar novos momentos em família, conquistando o primeiro licenciamento da história de Castelo Rá-Tim-Bum como uma marca em 25 anos.
O filme foi gravado no mesmo estúdio original do programa na TV Cultura. Com todo o cenário reconstruído nos mínimos detalhes através de uma ampla pesquisa para seguir com total respeito, fidelidade e cuidado na produção.
“Esse reencontro foi como voltar a ser criança, parecia que a gente nunca tinha deixado de gravar, de ser a Biba, Nino e Morgana e me ver dentro daquele cenário, conversar com a Celeste, o Gato e poder apresentar a família da Biba crescida foi muito emocionante. As primeiras cenas foram até difíceis de gravar porque sempre que eu olhava pros bastidores tinha alguém com os olhos marejados de ver toda aquela mágica acontecendo. Oreo realizou algo histórico. É um momento que sempre vou guardar nas minhas memórias”, conta Cinthya Rachel (atriz que interpreta a Biba).
04. ICEBRG
Eu sou apaixonada por uma marca relativamente recente que fabrica pins metálicos de alta qualidade: a Icebrg. Sim, people. Uma marca de pins para por nas roupas, mochilas, bonés, etc. O lance deles é que os desenhos são belíssimos e eles têm uma preocupação com a segurança dos pins para que o cliente não perca. Se você ainda não conhece a marca, por favor! Vá lá conferir! (@icebrg.br). Até porque advinha qual o nome de uma das linhas permanentes deles? Sim! A linha nostalgia. E posso falar mais? Ano passado eles lançaram uma linha toda dedicada ao Castelo Rá-Tim- Bum. Eles são fera! Inclusive eu ando com meu pin do Yakult (sou viciada!) na minha mochila para baixo e para cima, haha.
05. Puma x Pokemon
A Puma acabou de tirar do forno uma coleção de tênis em parceria com o anime japonês Pokémon. Segundo descrição do site Brasil:
“Inspirado nos personagens mais icônicos da série, incluindo Pikachu, Bulbasaur, Charmander, Squirtle, e Gengar, a collab PUMA x POKÉMON chega ao PUMA.com. As roupas da colaboração PUMA e POKÉMON tem detalhes que honram o desenho e jogos originais, incluindo as frases que marcaram nossas infâncias e inspiram as gerações atuais. Sua pokedex não poderia ficar mais completa com os tênis, camisetas, gorros, calças e moletons da coleção e colaboração dos monstros de bolso mais famosos do mundo. Pegue todos eles e explore a coleção completa.”
Se fosse dos Cavaleiros do Zodíaco eu já estaria me estapeando para comprar, mas Pokémon não deu para mim. Agora, mesmo sem ter assistido muito esse desenho, não é que os modelos são uma fofura? Veja só esse do Pikachu por módicos R$ 799,00.
Meu pitaco:
O Marketing de Nostalgia não é uma novidade pós pandêmica, mas claramente foi e está sendo bastante utilizado após esse momento turbulento do mundo para poder fazer as vendas do varejo subirem. Isso porque já foi provado cientificamente que lembrar-se de algo gostoso do passado pode amenizar os sentimentos ruins causados por sintomas depressivos e ansiosos, por exemplo.
Conforme escrevi acima, é provável que você tenha um sentimento de nostalgia associado a alguma memória do passado. É ele que faz com que você ao se deparar com algum item temático deixe a razoabilidade de lado e compre por impulso. Inclusive umas das características desse tipo de marketing é trabalhar o apelo emocional de maneira tão forte que o consumidor relativiza os preços. Esses itens costumam ser de edição limitada e, por isso, mais caros do que o normal.
Uma das referências que coloquei abaixo é de um ex-chefe meu, o Samis. Ele criou esse canal – Não Brinca – porque ele é colecionador ferrenho de brinquedos dos anos 80. Gente! Eu amo esse canal dele, não vou mentir, haha.
Ano passado eu descobri que a Vans tinha criado uma coleção do Wally – aquele personagem do livro “Onde está Wally.” Eu fui obcecada por esse livro e pelo desenho animado na infância. Resumo? Fui eu no site ver os itens e saí com duas camisetas. Uma delas é essa abaixo que usei nesse trabalho de campo sobre skate, haha. E aí? Você também ama uma nostalgia como eu?
Dicas imperdíveis que você pode perder!
Como as marcas estão aproveitando a obsessão dos GenZs por nostalgia
