Edição 19 – O nome ideal… ou não

Você já viu o nome de alguma marca ou empresa e se perguntou de onde veio a inspiração para ele? Quem nunca chamou um produto ou serviço pelo nome da marca líder de mercado tamanha a associação entre ambos? O nome de uma marca é a mensagem mais difundida a respeito de um negócio, sendo assim, nomes marcantes são resultado de um trabalho realizado com maestria para que as pessoas façam a associação corretamente. 

A ferramenta de Branding que trabalha esse processo se chama “Naming”, isto é,  um conjunto de técnicas utilizadas para desenvolver e criar nomes de produtos, serviços, empresas, eventos ou, ainda, um projeto em geral, com o objetivo de diferenciá-lo de outras ações ou campanhas. 

Todo nome gera nas pessoas um retrato mental. Por isso, é importante considerar que a imagem e o som do nome escolhido atribuem características concretas à marca.Um aspecto relevante é prever onde a marca será implementada, a qual setor ela pertence, e a qual público-alvo ou persona se destina.

O processo de naming pode se utilizar de diferentes estratégias que facilitarão o trabalho de gestão de marca, sempre com o objetivo de fazê-la ser conhecida e lembrada pelos consumidores e/ou clientes. 

Na CamiNews deste mês vamos ver melhor um pouco desses cases de Naming e como para cada marca é preciso adotar uma estratégia condizente com os atributos relevantes que se deseja evidenciar. 

01. Mc Donald’s

Que atire a primeira pedra quem nunca chamou a rede de fast food McDonald’s de “Méqui”. 

Com o objetivo de trazer proximidade e “celebrar a intimidade” a rede criou uma ação onde o letreiro da fachada de algumas franquias foram trocadas.

“Méqui”, “Mecão e “Méquizinho” são apenas algumas das maneiras usadas pelos clientes para se referirem ao McDonald’s e por isso “Para homenagear quem sempre está com a gente, trocamos o nome das fachadas de alguns restaurantes por aquele apelido que só o amigo mais próximo ganha. O McDonald’s é para todo mundo e queremos que as pessoas possam chamar do jeito que quiserem”, afirmou João Branco, ex chief marketing officer do McDonald’s Brasil.

Confira aqui o vídeo da campanha:

02. Head & Shoulders

Quando chegou ao Brasil, Head & Shoulders, da P&G, tentou replicar a estratégia que fez dela uma das marcas de xampus mais vendida no mundo, com campanhas que falavam dos atributos do produto. O trabalho não funcionou muito bem no país e a marca decidiu fazer algo inédito: partir para a irreverência. 

O primeiro desafio era o nome da marca, grafada em inglês. Havia um certo constrangimento ao não saber pronunciar o nome do produto e considerando isso mais a necessidade de estreitar os laços com o consumidor, surgiu a ideia: realizar a campanha com o Joel Santana como garoto propaganda.

Pra quem não sabe, Joel Santana é um técnico de futebol brasileiro que em 2009, enquanto técnico da seleção da África do Sul, deu uma entrevista memorável em inglês com o seu super sotaque brasileiro (você pode conferir aqui).

Como ele falava um inglês “abrasileirado”, nessa campanha, a marca estava dando uma “permissão” aos consumidores para falarem o nome de várias maneiras. Isso ajudou o produto a cair nas graças do consumidor.

Você pode conferir a campanha aqui:

03. Oxxo

Me conta aqui, como você pronuncia esse nome aqui em cima? Se você vive na bolha do Marketing e afins deve ter visto que mês passado só se falava nessa rede de mini mercado mexicana e como eles começaram a querer educar as pessoas como se pronuncia corretamente o nome dela. 

Internacionalizar uma marca é de fato um desafio, principalmente quando se trata do nome. Entre novembro e dezembro de 2022, a rede de lojas Oxxo no Brasil instalou uma mensagem em suas fachadas e redes sociais, ensinando as pessoas a pronunciarem o nome de forma correta.

Diferentemente dos exemplos acima, a marca optou por uma outra estratégia no mercado brasileiro.

A atitude gerou muito burburinho nas redes sociais e as mais diversas reações dos consumidores.

04. Jouer Couture & outras marcas francesas

Como você sabe eu estou sempre de olho em novas marcas de moda autoral e descobri esta há algum tempo. O problema? Eu nunca sei falar direito, haha. Até que dia desses entrando no Instagram delas eu vi que assim como a Oxxo, elas indicam como pronunciar de forma abrasileirada o francês escolhido para nomear o negócio. Vejam abaixo:

Eu não sei você, mas eu gosto muito de saber como pronunciar corretamente os nomes das marcas de outros países. Fazendo uma busca sobre esse tema no youtube achei o vídeo de uma professora de francês explicando a pronúncia de várias marcas francesas famosas, acredito que se você gosta do tema como eu vai gostar de assistir. O link está aqui

O processo do naming, dentro do branding, é imprescindível e é grande parte do que fará sua marca inesquecível (ou não).

Meu pitaco:

Esse assunto sempre dá pano pra manga, já reparou? Sempre tem quem é do time que fica irritado e diz que vai falar o nome das marcas do jeito que quiser, e os que querem falar o mais próximo possível da pronúncia original. 

No dia a dia, isso é pouco relevante pensando na ótica de quem fala. Porém, para quem trabalha com Branding e Marketing essas questões são desafiadoras porque uma apropriação errônea pode trazer prejuízos inomináveis para as marcas. Ou, além disso, trazer brincadeiras de duplo sentido como o app indiano Koo que, no Brasil, significa você já sabe o que, rs!

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