A vida ainda acontece off-line

A todo o instante, nos deparamos com notícias, jornais, artigos proclamando a prevalência do on-line sobre o off-line. Com o avanço da internet e a velocidade de troca de informações, é natural que um número significativo de profissionais esteja migrando/já tenha migrado para trabalhar com estratégias on-line das empresas. Tudo isso é muito interessante e necessário se não fosse por um dado. Segundo Jonah Berger, professor de Marketing da Universidade de Wharton, em pesquisa realizada em 2014, nós passamos em média 2 horas do nosso dia online. Sim! Parece muito pouco, porém as estimativas apontam para essa quantia. 

De acordo com Jonah – especialista em como e porque notícias se tornam virais – apenas 7% do boca a boca que fazemos é on-line. Pasmem, 7%! E como ignorar a quantidade de registros que as empresas têm acesso sobre suas mídias sociais? Likes, compartilhamentos, comentários. Tudo isso parece uma infinidade de informação. Não é possível que apenas 7% do que falamos seja por essas plataformas. 

Mas, vocês já pararam para pensar na quantidade de conversas que temos off-line?

Da quantidade de recomendações que damos de produtos e serviços que gostamos e falamos? Já pararam para pensar se pudéssemos anotar todas essas informações que se perdem na vida offline? Das 24 horas que temos diárias, ainda nos sobram 22 horas para bater papo e trocar ideias. É um número de horas mais que 8 X maior que o on-line. 

O resumo é que não adianta ter uma linda experiência no e-commerce se o produto não se saiu bem no dia a dia. Não adianta fotos com modelos belíssimos se quem vai usar é um cliente real fora desse padrão. Não adianta ter um serviço online e não conseguir tirar as dúvidas. Nós ainda preferimos a relação pessoal, poder explicar nossos casos particulares. Nós gostamos de ser tratados de maneira especial. Percebe-se que o erro de muitas empresas é esquecer que a vida ainda acontece, na maior parte do tempo, off-line. E que ouvir o consumidor sobre a rotina, desejos, sentimentos e sensações ainda é o caminho para estratégias de marketing e comunicação mais assertivas.

São Paulo, SP // [email protected] // Camila Machion // Todos os direitos reservados