Se você mora no mesmo planeta que o meu, acredito que nas últimas semanas tenha ouvido falar que o Facebook mudou o nome para Meta. Tendo ouvido falar disso ou não, essa sexta edição da CamiNews vai tratar de alguns pontos do que vem sendo chamado de a próxima revolução da internet: o metaverso. Será mesmo?
Mas o que é o Metaverso?
Criado pela primeira vez em um romance de ficção científica de 1992 (sempre a literatura, já reparou?)chamado Snow Cash – de Neal Stephenson, o Metaverso é um universo virtual onde as pessoas vão interagir entre si por meio de avatares digitais. A ideia é que esse mundo seja criado a partir de diversas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada, redes sociais, criptomoedas etc.
Será como uma internet 3D, onde a comunicação, negócios e diversão vão coexistir de maneira integradas e imersivas. Porém, a principal dificuldade em descrever esse universo é pelo fato de ele ainda não existir por completo, mas os grandes players do mercado já estão investindo pesado para que isso mude em pouco tempo.
Por que o Facebook.Inc virou Meta?
O Facebook.Inc é a empresa “mãe” das redes sociais Facebook, Instagram e Whatsapp e em outubro passou a se chamar Meta, uma referência direta ao Metaverso. Segundo Mark Zuckerberg, o novo nome reflete as ambições do grupo para além das mídias sociais.
O alinhamento ao tema é tão antigo que em 2014, Mark anunciou a compra da Oculus VR, empresa responsável pelo modelo Oculus Rift, por US$ 2 bilhões, sendo US$ 400 milhões em dinheiro e o restante em ações do até então Facebook. Sim, 2-0-1-4. Quando a internet móvel era só mato, ele já estava organizando essa virada.
Segundo ele: “Hoje somos vistos como uma empresa de mídia social, mas em nosso DNA somos uma empresa que constrói tecnologia para conectar pessoas, e o metaverso é a próxima fronteira, assim como a rede social foi quando começamos”.
Além disso, é sabido que o Facebook está sofrendo críticas em diversos aspectos e mudar o nome do grupo para Meta cria uma desassociação necessária caso, futuramente, o Meta queira acabar com o Facebook.
As empresas e o Metaverso
Diversas marcas e empresas têm desenvolvido estratégias para entrar nesse mercado. Uma delas é a Epic Games, com o jogo Fortnite (que já comentamos em edições anteriores da CamiNews).
O Fortnite foi inicialmente criado como um jogo de batalhas online, mas graças a sua complexa gama de experiências oferecidas se consolidou entre a Geração Z. O usuário pode reunir um grupo de amigos para ver filmes, criar uma ilha com suas próprias regras e juntar-se a outros jogadores em uma batalha de sobrevivência. As experiências imersivas incluem pistas de obstáculos aéreos, corridas de barcos e até shows ao vivo de artistas famosos.
No ano passado, a Epic Games recebeu um investimento de US$ 250 milhões da Sony para impulsionar o desenvolvimento de tecnologia, entretenimento e serviços online socialmente conectados. Neste mesmo ano, o “Fortnite” somou mais de 3,5 bilhões de horas de jogos disputados e acumulou mais de 350 milhões de usuários registrados na plataforma, que formam uma comunidade fiel de diferentes regiões do mundo, faixas etárias e interesses.
AdiVerse
Não só as empresas de tecnologia e games estão interessadas no Metaverso, mas também de outros segmentos, como por exemplo a Adidas, que em parceria com a Coinbase (carteira de criptomoedas) planeja criar o AdiVerse na plataforma The Sandbox. O The Sandbox (SAND) cria espaços que podem ser comprados e negociados dentro da internet.
Veja o tweet da Adidas Originals agora dia 22/11 sobre o tema:
Esses espaços acabam sendo utilizados mais como uma “demarcação de território” no mundo digital, em que as companhias testam funcionalidades, como o oferecimento de promoções exclusivas, entre outras finalidades. A mensagem aqui é: tudo é ainda muito novo e quem está mais conectado com a tecnologia está saindo na frente. Mesmo que não saiba ao certo onde isso vai dar.
E ainda neste assunto de terrenos digitais, na semana passada um desses terrenos foi vendido por US$2,4 milhões, na plataforma Decentraland, um dos projetos mais populares do Metaverso, junto com o The Sandbox. Vocês têm noção? A brincadeira nem começou, haha.
O Metaverso e o impacto nas formas de trabalho
Claro que não podemos falar apenas em como o Metaverso está modificando as empresas, precisamos abordar também o impacto que tem na vida das pessoas, mais especificamente nas formas de trabalho.
E por que justamente nessa parte?
Nos últimos dois anos as formas de trabalho como conhecíamos antes da pandemia do Covid-19 mudaram e muitas pessoas não se veem mais perdendo horas no trânsito para trabalhar presencialmente no escritório. E é aí que o Metaverso vai agir, na união do trabalho híbrido com as vantagens do home office!
No Workrooms, plataforma desenvolvida pelo Meta (o antigo Facebook), em fase de testes desde setembro de 2021, funcionários vestem óculos de realidade virtual e se vêem transportados para uma sala de conferências também virtual. Cada pessoa é representada por um avatar e pode interagir com computadores, projetores e uns com os outros. Ainda em fase de desenvolvimento, a tecnologia permite que profissionais interajam em um ambiente completamente virtual. A tendência está atraindo investimentos de gigantes do setor de tecnologia, como o Facebook, Microsoft e NVIDIA.
E uma das questões que o Metaverso corporativo se propõe a lidar é o sentimento de solidão, que afeta a produtividade e a saúde mental de profissionais que passam muito tempo isolados trabalhando de casa, além de provocar mudanças no design organizacional, tornando os modelos de trabalho mais verticalizados, com menos hierarquias e mais colaboração.
Meu pitaco:
A terceira lei de Newton afirma que toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas que atua no sentido oposto. Por que eu resgatei isso? Porque ao mesmo tempo que estamos vivendo um mundo cada vez mais imersivo em vivência digital existe uma contratendência de comportamento que cada vez mais quer ir para o analógico e se “desconectar”. Por isso, é importante sabermos como as coisas evoluem em ambos os sentidos para encontrarmos o nosso equilíbrio nesse mundo. Na próxima CamiNews, vamos tratar desse CONTRA-TEMA.
Um excelente encerramento de 2021 para você, seus familiares e um MUITO OBRIGADA por ter me doado parte do seu precioso tempo tendo chegado até aqui.
Dicas imperdíveis que você pode perder:
- Dicas imperdíveis que você pode perder!Episódio do podcast da WGSN sobre o potencial que o Metaverso tem para as marcas no futuro;
- Conheça mais sobre o mundo do Metaverso neste portal, do especialista na área Matthew Ball;
- Reportagem sobre a mudança de nome do Facebook.Inc para Meta;
- Reportagem sobre o Metaverso no Fortnite;
- Reportagem sobre a entrada da Adidas para o Metaverso;
- Reportagem sobre o Metaverso e as formas de futuro do trabalho.