Edição 2 – As mulheres que mudam o mundo

Garota, você acredita que já estamos em agosto? 

Para essa edição eu trouxe um tema que vem sendo bastante discutido fora do ambiente acadêmico ultimamente, o feminismo. Espero que você goste! 

01.

Você talvez tenha percebido que uma das cores principais da minha identidade visual é a roxa, certo? E você sabia que essa cor está diretamente ligada ao feminismo e ao movimento sufragista? 

Sim, é isso mesmo!

As cores sempre representaram (e representam) um papel importante na sociedade. Elas possuem a capacidade de transmitir mensagens e provocar sensações instantâneas, e exatamente por isso, são essenciais na construção social, pois são elemento identitário com potencial de pertencimento e exclusão.

O roxo, em questão, foi a cor adotada pelo Movimento Sufragista como um dos símbolos da luta pelo direito ao voto feminino nos séculos XIX e XX. Além de ser uma cor associada à nobreza de espírito que corria no sangue das mulheres sufragistas, o roxo também representava liberdade e dignidade, sendo usado em broches, fitas e faixas como forma de identificação, facilitando o reconhecimento das ativistas quando se encontravam.

Passado todo esse tempo, você já reparou que muitas marcas pessoais criadas por mulheres e/ou marcas que trabalham com mulheres como público alvo têm optado pelo roxo e variações para a identidade visual? Se não, repare, rs.  

02. 

Em São Paulo foi inaugurada a primeira livraria do Brasil exclusiva para obras escritas por mulheres. O empreendimento é da ex-modelo Johanna Stein, que com muita coragem, decidiu investir em um formato de negócio não tão popular hoje em dia. 

O objetivo da criação desta livraria, segundo a própria Johanna, foi “olhar para a produção do mercado editorial brasileiro a partir de uma perspectiva que não a do homem branco ocidental privilegiado.”

A livraria se chama Gato sem Rabo (@gato.sem.rabo), fica na Avenida Amaral Gurgel, 338, em frente ao Minhocão e abre de 5å a domingo de 11hs às 17hs. Assim que eu visitá-la, postarei minhas impressões no meu IG (@camilamachion). 

03. 

E paralelamente a essa história muito inspiradora, também fui impactada por um estudo realizado pela Think Olga, que mostra como o efeito da pandemia é extremamente agravante nas mulheres em situação de vulnerabilidade.

O estudo se baseia em três problemas centrais vividos pelas mulheres, que neste período sofreram uma piora, Violência, Saúde e Economia/Trabalho.

A análise destes pontos baseia-se na Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, principal marco na promoção dos direitos das mulheres e é possível ter a percepção de como nós, enquanto sociedade, pouco progredimos em relação aos direitos das mulheres, mesmo após 25 anos da declaração. 

Ainda estamos tratando de problemas antigos como salários equiparados; acesso a emprego; equidade pós maternidade/paternidade; segurança alimentar, que se agravaram neste período de isolamento social e caos econômico nos levando a um retrocesso para a equidade de gênero. 

Você pode conferir o estudo completo aqui!

Meu pitaco:

“Eu sou feminista. Tenho sido mulher há tanto tempo, seria estúpido não estar do meu próprio lado.” Essa é uma das citações mais famosas da intectual feminista negra norte-americana Maya Angelou, inclusive bastante citada sem os devidos créditos, que eu amo espalhar por aí. 

Eu não sei se você sabe, mas o movimento feminista é analisado historica e academicamente em ondas ou como se usa em língua inglesa em “backlash”. Isso significa que existem avanços e recuos em torno dessa pauta e, não, apenas avanços como alguns possam imaginar. Atualmente, estamos em uma fase de avanço, depois de uma inércia das décadas de 1990 e 2000. Por isso, você está vendo esse tema sendo trabalhado de formas distintas e recorrentes em tantos lugares, seja nas artes, na literatura, no esporte, na ciência, no mundo corporativo etc. Nunca é demais saber sobre a pauta. 

Dicas imperdíveis que você pode perder!

“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela” e é a partir dessa citação da Angela Davis que começamos nossas dicas:

Conheça a história de Carolina Maria de Jesus, uma das primeiras escritoras negra brasileira reconhecida Doutora Honoris Causa pela UFRJ. Seu livro “Quarto de despejo” é considerado um clássico da literatura brasileira. 

Assista “As Sufragistas”, filme que fala sobre o início da luta do movimento feminista e os métodos incomuns de batalha. A história das mulheres que enfrentaram seus limites na luta por igualdade e pelo direito de voto. 

Confira a nova campanha global da Nike, estrelando ninguém menos que ela, a nossa Fadinha do Skate, Rayssa Leal, que ganhou destaque essa semana pela medalha olímpica. Com o slogan Novas fadas | Vai no Novo, a marca mais uma vez abre diálogo para o debate sobre o protagonismo feminino no esporte. 

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