Edição 8 – Marketing de causas: vamos aprofundar sobre isso?

O Marketing de Causa hoje está muito na moda, mas afinal o que é? 

“Ele consiste na estratégia em que empresas realizam esforços sociais, ambientais, de governança e de transparência tanto no meio onde atuam quanto na comunidade da qual fazem parte.” 

Afinal, de que adianta uma empresa eticamente responsável, mas que trata mal os funcionários? Por isso, as firmas que costumam ser reconhecidas por essa característica tendem a começar programas internos para depois extravasar essa inteligência para a comunidade onde atuam. 

Agora não se enganem. O consumidor está cada vez mais atento a iniciativas que demonstram uma preocupação real das empresas em comparação àquelas que fazem ações pontuais apenas “para inglês ver”.  

Nesta edição da CamiNews, eu trouxe uma seleção de marcas que têm o Marketing de Causas não só como uma estratégia, mas que já nasceram com um propósito maior de causar mudança.

01. Utopiar

Renata Rizzi é uma mulher paulistana, em 2017 era gerente de marketing da Swarovski e foi impactada pelos números do Mapa da Violência e a partir disso resolveu que tinha que fazer algo sobre essa situação.

Como foi vítima desse acontecimento em sua vida pessoal, ela resolveu criar a Utopiar (@vamosutopiar), uma marca de moda que tem parceria com ONGs, para capacitar mulheres que sofreram com a violência.

Essas organizações oferecem apoio psicológico e jurídico e a empresa entra com a capacitação técnica de tingimento e bordado. Quando elas concluem o curso, podem trabalhar para a marca e são remuneradas de acordo com a produção.

Em seu site, a Utopiar convida os clientes a conhecerem a história de quem fez suas peças.

02. Visto.bio


A Visto.bio (@visto.bio), fundada por Renan Serrano, nasceu com a missão de resolver um desafio global: eliminar o mau odor das axilas e também (como consequência) diminuir o impacto que os desodorantes causam no meio ambiente.

O Brasil está entre os países que mais consomem desodorante no mundo, 97% da população utiliza desodorantes, aplicam 2x ao dia e consomem entre 1 e 2 frascos ao mês!

Com isso, a proposta da Visto.bio é resolver o mau cheiro na raiz e proteger as roupas do suor. Por isso desenvolveram produtos tecnológicos patenteados que funcionam como um programa para deixar de usar desodorante. 

Sprays cientificamente desenvolvidos que proporcionam proteção contra vírus e bactérias e evitam a proliferação de microorganismos em todos os tipos de tecidos.

03.Leninha roupa de baixo

Leninha é o apelido da avó de uma das fundadoras da marca que, desde pequena, acompanha o desfile de camisolas da avó nas noites de férias no Rio de Janeiro. 

Criada em 2016, a Leninha (@leninharoupadebaixo) modela e produz roupas íntimas e de banho em diferentes tamanhos, vestindo mulheres do 36 ao 54. 

Além disso, a sustentabilidade percorre todos os pontos do negócio: a relação com fornecedores e clientes, a representatividade e diversidade na comunicação e o controle dos impactos socioambientais.

E, pensando nos impactos ambientais que o descarte inapropriado de têxteis causa, a marca criou o projeto “Reciclar para Reiventar”, que consiste em reciclar e transformar calcinhas, cuecas e sutiãs que não tinham destino em novos produtos que terão um longo tempo de vida útil, sempre agregando valor ao que antes seria lixo. Além disso, a marca é ponto de coleta de roupas de baixo em qualquer estado de conservação. 

04. Herself

Raissa, uma jovem gaúcha de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, sempre viu seus avós trabalharem com agricultura familiar, motivo pelo qual eles convivem até hoje com os danos à saúde física e emocional causadas pela atividade. 

A partir de suas reflexões decidiu empreender e subverter o formato tradicional dos negócios e, dessa forma, criou a Herself (@oiherself): uma empresa que tem a missão de trazer o aspecto social e político da menstruação para o desenvolvimento das mulheres.

Além da questão do produto, Raíssa tinha a possibilidade de lidar com a menstruação de uma nova maneira. Com a intenção de ampliar o impacto, ela e sua sócia decidiram perguntar para mulheres de vários cantos do país como elas se sentiam em relação ao assunto – para entender se era uma insatisfação compartilhada e se existiria uma oportunidade de fazer diferente, mudar alguma coisa.

Hoje a Herself atua como uma empresa social em busca do objetivo 5 dos ODS da ONU: equidade de gênero, a partir da quebra de tabu sobre menstruação.

A marca atua em duas frentes: com desenvolvimento de produtos tecnológicos para menstruação (calcinhas, biquínis e maiôs absorventes, além de acessórios e kit pós parto, que conta com bojo absorvente) e com acesso à informação segura e de qualidade sobre o funcionamento do corpo das mulheres.

05. Flavia Aranha

Não é novidade que a indústria têxtil é uma das mais poluentes e parte dos responsáveis por essa poluição são os produtos químicos usados no tingimento dos tecidos, que vão para as águas e causam a contaminação de rios, que se tornam uma ameaça para a saúde humana e da natureza.

Na contramão dessa realidade, a estilista Flavia Aranha criou em 2009 a marca que leva seu nome (@flaviaaranha), com o objetivo de retornar à natureza.

A marca produz peças com o mote da valorização das culturas e dos biomas brasileiros – embora isso se estenda à América Latina, pois “bioma não tem fronteira política”, ela lembra: o índigo, tom de azul escuro, vem de El Salvador, por exemplo. Já o algodão vem de projetos agroecológicos no Ceará e na Paraíba. “Acreditamos e fomentamos a agricultura familiar, o extrativismo social e a agroecologia”, diz.

Foi o tingimento natural que colocou Flavia Aranha em destaque no mercado de moda consciente: o crajiru, planta nativa da Amazônia e cultivada por pequenos agricultores da região de Manaus (AM), colore linhos e sedas. A erva-mate, originária da América do Sul subtropical, dá um amarelo esverdeado às peças. Romã, faveira, catuaba, pau-brasil e cúrcuma são outras fontes para a estilista.

E o resultado são peças únicas, pois nem sempre têm um mesmo tom, o que é um diferencial para a marca.

06. Margaux

Em 2019, Mica Rocha e Julia Maringoni, juntando seus talentos e vontades, criaram a Margaux (@shopmargaux_), uma nova concepção que não se coloca no mercado como mais uma “marca de sapatos”, mas, sim, como um novo olhar para a moda e o estilo.

A marca nasceu com o propósito de trazer sapatos customizáveis para o mercado, mas também traz valores vão além: ser uma marca cruelty free e vegana, ou seja, os produtos são feitos de materiais que não possuem origem animal.

A missão da Margaux é encontrar os melhores materiais que substituam aqueles de origem animal.

07. Havaianas reCICLO

A Havaianas reCICLO é o programa de logística reversa desenvolvido pela marca para recolher os chinelos usados e proporcionar descarte adequado para as peças.

Em parceria com a TrashIn, startup especializada na gestão de resíduos, os pares de Havaianas podem fazer parte de um novo ciclo de impacto socioambiental positivo que envolve destinação correta, reciclagem do produto e geração de renda para as cooperativas de reciclagem parceiras.

O processo é bem simples: basta enviar os pares usados em uma loja e depositar na urna coletora. Os produtos que ainda estão em condições, são higienizados e doados e os que estão no fim do seu ciclo de vida são encaminhados para a reciclagem.

Os produtos reciclados são transformados em objetos novos, úteis no dia a dia, como tapetes, pneus e até obras de arte.

Logo abaixo, nas “Dicas Imperdíveis que você pode perder” deixaremos o link para você conferir qual a loja mais próxima onde pode fazer o descarte da sua Havaianas.

Meu pitaco:

Depois dessa CamiNews gigante não há muito mais o que eu possa escrever, né?! 
Tem alguma marca que você achou que eu deixei de fora e que preciso saber/conhecer? 
Você pode enviar para o email: [email protected] ou me mandar uma mensagem privada pelo IG @camilamachion 
Vou amar ouvir mais desse assunto.

Dicas imperdíveis que você pode perder!

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